No mês de janeiro de 2013, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que reúne dezesseis mil profissionais de todo o país, lançou uma campanha desaconselhando o uso de andadores. O argumento é que podem causar acidentes e, ainda, atrasar o desenvolvimento motor dos bebês.
Muitos pais acreditam que seus filhos adquirem mais independência a bordo do aparelho. No entanto, segundo especialistas, os pequenos ainda não têm maturidade física e emocional para administrar tanta liberdade.
Pesquisas indicam que cerca de 60% a 90% das crianças entre seis e quinze meses de idade utilizam o acessório sofrendo riscos como queimaduras, causadas por tomadas e panelas, intoxicações, afogamentos e quedas.
Segundo dados da Academia Americana de Pediatria, anualmente são apontados dez atendimentos de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com andador. Um terço dos casos envolve lesões graves, como fraturas ou traumas.
Existe também outra questão: nessa fase da vida, o peso da cabeça do bebê é desproporcional se comparado ao resto do corpo, fazendo-o pender para frente, uma postura potencializada pelo andador.
Motivos é que não faltam para pais, mães e cuidadores repensarem a utilização do acessório: ele pode, também, comprometer o estímulo de alguns músculos, atrasando ações naturais nessa idade, como ficar em pé e caminhar sem apoio. Por conta da maior mobilidade, a criança também gasta menos energia.
Em entrevista concedida ao repórter Jairo Marques, da Folha de SPaulo, em 21 de janeiro de 2013, o pediatra Danilo Blank, do Departamento Científico da SBP, explica o objetivo da campanha: “O intuito é acabar com a recomendação do uso do andador. Acabar com a fabricação, só o Canadá conseguiu. O médico é uma autoridade de saúde dentro da família e pode conscientizar sobre esse utensílio que não tem vantagem nenhuma e leva risco para dentro de casa”.
Nota Pública Contra a Fabricação e Venda do Andador InfantilAs instituições abaixo assinadas vêm por meio desta tornar público o seu posicionamento pela proibição da fabricação e venda de todos os tipos de andador infantil no Brasil. O andador é um produto que mantém a criança sustentada em um assento dentro de um círculo dotado de rodas; costuma ser utilizado com a intenção errônea de que possa auxiliar bebês no aprendizado de andar.Porém, na verdade impede a exploração livre do espaço, faz com que os bebês recebam menos estímulos de seus pais e pode prejudicar o desenvolvimento motor e cognitivo.O mais preocupante mesmo são os acidentes. Os bebês estão mais suscetíveis a quedas e tombamentos em escadas e pequenos degraus e chegam mais rápido aos itens de risco como fogões, tomadas, produtos químicos etc.No andador, os bebês tem uma velocidade de 1 metro por segundo, fazendo com que, muitas vezes, os pais e cuidadores não consigam proteger a criança. Bebês que usam andadores são mais propensos aos seguintes eventos traumáticos:
• rolar escada abaixo ocasionando traumas de crânio bem como fraturas;
• sofrer queimaduras por atingirem alturas maiores no andador, facilitando ações como puxar panelas e toalhas de mesa, alcançar o forno e aquecedores;
• afogar-se ao cair em piscinas, dentro de um balde ou banheira;
• intoxicar-se, alcançando com mais facilidade produtos químicos.Por estes motivos, em janeiro deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou a todos os pediatras e à imprensa o pedido de banimento dos andadores.Enquanto isso, comunidades brasileiras preocupadas com a segurança e a saúde infantil começam a se mobilizar. O Ministério Público do Rio Grande do Sul, desde 2009, recomenda a não utilização de andadores nos órgãos públicos. A cidade de Passo Fundo (RS) proibiu em 2013 o uso de andadores nos hospitais, escolas e creches públicas.Também existe um o PL 4926/2013 – que proíbe a fabricação, venda e utilização de andador infantil em todo o território nacional, de autoria do Deputado Jorginho Mello. O projeto aguarda designação de relator na Comissão de Seguridade Social e Família.No banco de relatos de acidentes de consumo do Inmetro foram registrados seis casos graves de acidentes com crianças. O Inmetro também estudou os dados de acidentes envolvendo o andador em outros países:O sistema europeu de alerta sobre produtos perigosos registra quase uma centena de andadores classificados como “risco grave” entre 2010 e 2013 em diversos países da Europa.Portugal notificou 15 mil casos de 1997 a 2002. No País de Gales, foram 7.833 registros entre 2000 e 2002, no banco de dados da Royal Society for the Prevention of Accidents.Na Suécia, foram 25 acidentes registrados por ano até 2002, quando se regulamentou o produto. Apesar de os números terem caído pela metade após este processo, a regulamentação foi criticada e sofreu alterações em 2013.Na Letônia, aproximadamente 300 crianças são atendidas nas emergências por conta de andadores. Grande parte delas por queda envolvendo escadas.Na Austrália, O CPSC (Consumer Product Safety Commission) registrou 979 casos de acidentes envolvendo o produto apenas no ano de 2011.A American Academy of Pediatrics aponta dados de mais de vinte mil lesões causadas por andadores em 1995 e 8,8 mil em 1999. O produto foi regulamentado em 2010, com base na norma editada em 1997.Em 2007, a comercialização do produto foi proibida no Canadá.No Brasil, testes realizados pelo Inmetro e divulgados em agosto deste ano mostraram que as dez marcas analisadas foram reprovadas. Para análise, foi usada como referência a norma EN 1273:2005 – Child use and care articles – Baby walking frames – Safety requirements and test methods. Após esse teste e discussão em painel setorial sobre o assunto, o Inmetro divulgou que será feita uma norma brasileira para a certificação compulsória do produto.Entretanto, há evidências de que a simples certificação não é suficiente. A Agência do Consumidor Sueca (2008) mostrou que depois da certificação compulsória 50% dos andadores falharam e não ocorreu redução dos acidentes e lesões com os bebês.Sendo assim, os órgãos de proteção ao consumidor da Europa e Estados Unidos ainda pedem o banimento e fazem campanha contra o andador.As crianças brasileiras também merecem a máxima proteção e, sendo o andador um produto desnecessário e perigoso, não pode ser comercializado no país. A comercialização deste produto fere o Código Brasileiro do Consumidor, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, em seus artigos 4o, 6o, 8o, 9o e 10o, além dos artigos 4o e 7o do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 13 de julho de 1990.Por estarmos de acordo, firmamos o presente.
AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente; Agere – Assessoria em Advocacy; Aliança Pela Infância; Associação Comunitária Monte Azul; Avante – Educação e Mobilização Social; CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular; CRIANÇA SEGURA Safe Kids Brasil; Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal; IFAN – Instituto da Infância; Instituto Fazendo História; Laboratório de Análise e Prevenção à Violência; PROTESTE – Associação de Consumidores; Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica; Sociedade Brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Queimaduras; Textos & Ideias Consultoria e Comunicação.
Acesse o site www.conversandocomopediatra.com.br, da SBP, e esclareça suas dúvidas.
Confira também a matéria completa da Folha de São Paulo, e veja no infográfico ao lado da Folha de São Paulo os perigos do andador no dia a dia da criança.
o funcionalismo é uma teoria que se interessa pelo funcionamento da mente. Os estudiosos procuram compreender como funciona a mente humana principalmente.A principal preocupaçao dele nao esta relacionados aos componentes da mente mas do aglomerado de funçoes no processo que levam as consequencias praticas na vida no mundo real.
ResponderExcluirO principal interesse dos psicologos funcioalista é a utilidade dos processos mentais para o organismo na tentativas de se adaptar ao meio ambiente.