sábado, 21 de setembro de 2013

Por que os primeiros anos de vida são tão determinantes para a formação do cérebro?


A formação do cérebro começa no útero, mas é durante os primeiros anos de vida que ele sofre uma grande influência do meio externo, tamanha a sua sensibilidade. Isso significa que precisamos, como profissionais da Primeira Infância, mostrar aos pais de crianças pequenas o quanto eles podem colaborar para que essa formação seja fortalecida e reflita positivamente na vida futura de seus filhos.
Mas, falar sobre o tema nem sempre é fácil. Para mostrar argumentos sólidos é preciso entender melhor essa supermáquina.
Por isso, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal acaba de disponibilizar mais um item na Enciclopédia da Criança que, como você já sabe, é uma grande fonte de conhecimento para seu trabalho cotidiano.
Para ter uma ideia desse novo conteúdo (Desenvolvimento do Cérebro), selecionamos alguns trechos para você “degustar”. Confira e, depois, clique aqui para ler o texto completo, com artigos de especialistas que abordam o tema a fundo.

“Ao longo do desenvolvimento, as áreas do cérebro não maturam ao mesmo tempo. Por exemplo, a percepção auditiva começa antes do nascimento. O cérebro de um recém-nascido já é capaz de reconhecer vozes e melodias familiares ouvidas no período fetal. Ao contrário, as áreas do cérebro envolvidas na memória declarativa (‘as lembranças) e a visão não estão maduras no nascimento. Para se desenvolver totalmente, esses sistemas, incluindo o córtex auditivo, precisam da estimulação que ocorre depois do nascimento”.

“A arquitetura do cérebro vai se formar como esperado se os pais e cuidadores responderem atentamente às interações iniciadas pela criança. As relações de cuidados durante os primeiros anos favorecem a saúde física e mental, bem como o aprendizado ao longo de toda vida”.

“Cada vez mais, as pesquisas feitas com seres humanos sugerem que estressores precoces severos (por exemplo, traumatismos, maus-tratos, negligência) podem provocar uma diminuição do volume do cérebro. Todavia, muitos estudos científicos sustentam a conclusão de que estimular relações de ajuda e de atenção logo na primeira infância pode prevenir ou reverter os efeitos prejudiciais do estresse tóxico”.

Um comentário:

  1. A estimulação tem de estar relacionada ao prazer e ao exercício da subjetividade da criança. Ela deve encontrar um sentido no que faz e tomar gosto pelo que realiza. Exercícios automáticos e repetitivos não fazem sentido. Estimular uma criança é muito diferente de adestrar um animal. Talvez o aspecto mais importante da inteligência seja o crivo crítico que podemos ter. Hoje, no entanto, as crianças nascem num mundo altamente visual e não aprendem a importância do texto escrito. De que adianta a Internet se não soubermos criticar as informações ali contidas? A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender com quem estão trabalhando. “O professor não ensina, ajuda o aluno a aprender” Francisco Francieudes da Rocha (Pedagogia 3)

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